TEORIA DO CAOS E O EFEITO BORBOLETA

O caos está presente nos mais diferentes fenômenos muitas vezes de forma dissimulada, inclusive em ciências que supostamente já teriam seus fundamentos muito bem compreendidos. A teoria do caos concentra seus estudos nos comportamentos aparentemente aleatórios e imprevisíveis de sistemas governados por leis deterministas como a mecânica e a matemática.
Nos anos 60, os cientistas perceberam que muitos dos fenômenos até então considerados aleatórios são, na verdade, até certo ponto previsíveis, mas demasiados complexos para que a previsão seja precisa e duradoura. A meteorologia é um exemplo cotidiano da manifestação do caos. É possível fazer a previsão do tempo baseada em dados meteorológicos, mas com a confiabilidade de no máximo algumas semanas, isto porque pequenas alterações atmosféricas contribuem para ocorrer um efeito amplificado no decorrer dos dias, o que pode modificar completamente a previsão inicial.
Em 1961, Edward Lorenz tentava desenvolver um gráfico para equações referentes à atmostera a fim de obter respostas do que aconteceria ao longo do tempo. Ao tentar acelerar o processo no computador, que naquela época só conseguia trabalhar com 60 multiplicações por segundo, em vez de usar os números exatos, ele os arredondou ligeiramente.
Uma pequena mudança que Lorenz considerava desprezível provocou uma enorme diferença.
Ocorreu, então, a descoberta que em fenômenos não-lineares uma insignificante alteração pode ter consequências gigantescas. A melhor ilustração que retrata as implicações dessa descoberta é o chamado “efeito borboleta”, uma alegoria que diz que o bater de asas de uma borboleta em uma parte do mundo pode causar um tufão no outro lado do planeta. Atualmente os cientistas reconhecem que até mesmo a órbita dos planetas, considerada durante muito tempo um fenômeno de previsibilidade absoluta, está sujeita a pequenas mudanças que podem tornar seu comportamento aparentemente imprevisível após um período de tempo.
Mas o efeito borboleta não é um fenômeno aleatório. Ele só parece ser graças a enorme complexidade das leis que o governam, que tornam a previsão do que irá acontecer uma tarefa extremamente difícil, mas possível até certo ponto.
Mas o caos não está apenas no cosmo. Ele também habita o nosso corpo. Médicos já mostraram que os batimentos do nosso coração ocorrem de forma levemente caótica. Quando o caos se “intensifica” surge uma arritmia. Esse tipo de descoberta levou os cientistas a imaginarem ser possível controlar o caos. A aplicação no momento certo de sinais elétricos nos corações caóticos poderia levar ao controle do nível de caos neles.
O estudo do caos é cheio de paradoxos, como “controlar o caos” ou buscar um “caos determinista”. Isso porque desde os anos 60, quando Edward Lorenz descobriu o “efeito borboleta”, a ciência tem buscado através da teoria do caos explicar vários sistemas que se comportam de maneira aparentemente imprevisível, mas em que as forças envolvidas neles obedecem a leis bem conhecidas da física.
Fontes:
BRITANNICA ENCYCLOPEDIA
MATTHEWS, Robert. 25 Grandes Ideias: como a ciência está transformando nosso mundo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.
PRIGOGINE, Ilya. As leis do caos. São Paulo: Editora Unesp, 2002.
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